Entre minhas amigas, Cleo é a mais aventureira. Ninguém faz trilha ou busca bolinhas em um lago como ela.
Esta menina megativa foi diagnosticada com osteoartrose com displasia coxofemural. A doença não tem cura, mas tem tratamento. A raíz do problema está nas articulações.
Cleo conta como descobriu e o que está fazendo para melhorar. Complemento nutricional, acupuntura, florais e compressas fazem parte da rotina.
Mas, como latiu, não há articulação no mundo que desarticule o amor entre a mãe e ela. Articuladas, Larissa Rios e Cleo ainda vão aprontar muito por aí.
O depoimento é grande, mas pode ajudar quem tem um amiguinho na mesma situação. Lá vai um trecho.
Força, linda Cleo!
“Eu já tinha ouvido falar nessa tal de displasia e sabia que ela assustava a minha dona desde quando eu ainda era uma bolinha de pêlos… Mas, além dos meus pais bológicos terem seus laudos negativos, sempre fui uma peluda bastante ativa, esportista, com “shape” em dia (tá bom, de vez em quando dava uma engordadinha, rs… Mas nada exagerado). Isso não iria me atingir, era o que ela pensava… Pois bem, atingiu. Agora temos que aprender a lidar com a displasia e mais todo o pacote que veio acompanhado a “dita cuja”.
Sim, além dela, eu também tenho: diminuição do espaço intervertebral entre várias vértebras da minha coluna (com isso, os disquinhos gelatinosos que separam as minhas vértebras não têm mais a mesma capacidade de absorver impactos), espondilose anquilosante (inflamações nas minhas articulações), osteofito dorsal (crescimento de esporões ósseos com forma e tamanho variáveis, o famoso “bico de papagaio”… Tô me sentindo um viveiro ambulante…rsss), artrose (desgaste das minhas articulações) e “estresse articular” moderado (olha a displasia aí gente!).
No final das contas, elas ocorrem quase sempre devido ao desgaste da cartilagem das articulações. A cartilagem é um tecido espesso que cobre e lubrifica as extremidades dos ossos. E a articulação é uma parte do corpo onde dois ou mais ossos se encontram. Portanto, a cartilagem evita a fricção dos ossos, assim permitindo o movimento livre das articulações. Poderosa, né? Aí, dá para imaginar o como ela é tão importante.
E quando se desgasta, meu amigo, os nossos ossos começam a friccionar um no outro a medida que nos movimentamos. Caso você não saiba, euzinha posso te dizer com conhecimento de causa: isso dói pra cachorro!
Os primeiros sinais de que algo não vai bem com as nossas articulações podem vir em forma de rigidez (especialmente durante baixas temperaturas), dificuldade para se levantar ou se movimentar depois de muito tempo na mesma posição, inchaço, febre e dor, muita dor.
Alguns cuidados ajudam a prevenir o surgimento destes problemas articulares. A prática de exercícios físicos moderados ajudam a fortalecer a musculatura da pélvis e evita a obesidade (um dos maiores vilões). Além disso, não deixe que o seu pet circule por pisos lisos e escorregadios evitando o risco de quedas, pancadas de mal jeito e também o esforço excessivo das articulações para manter o equilíbrio.
Na parte nutricional, existem, hoje, várias rações no mercado já contém dois compostos que servem para prevenir tais problemas: o sulfato de condroitina e o sulfato de glucosamina, que são moléculas glicídicas que compõem os proteoglicanos, elementos que formam as cartilagens articulares.
A Glucosamina atua na recomposição articular, favorecendo a formação da nova cartilagem. Já a Condroitina, age de forma complementar, através da ação anti-inflamatória (…)
O meu programa nutricional também foi reforçado adicionando ao meu cardápio com alguns alimentos ricos em cartilagem como pé de galinha e osso de mocotó cozidos. Mas sem exageros, porque eles também são riquíssimos em gordura…e tudo o que eu não preciso agora é engordar. Mas adoro…de lamber a fuça…eheheh
(…)
É claro que continuo superativa, afinal, sou uma pet aventureira! Mas é preciso ser consciente das minhas limitações. Sempre fui extremamente impulsiva (me jogo mesmo, seja de onde for), geniosa (quero ir e vou!), rude (adooooro uma troca de safanões e cabeçadas eheheh), estabanada (sai da frente que eu atropelo), desesperada (é minha, é minha, deixa que eu pego!!)….E, muitas vezes, esses comportamentos geram movimentos bruscos que podem sobrecarregar o nosso corpo e exigir demais das nossas articulações….Foi isso o que aconteceu…
Não foi genético (como a maioria dos casos), não foi por deficiência nutricional, não foi por excesso de peso, não foi por falta de exercícios (ôooh, isso não foi mesmo!), nem foi por falta de cuidados (mamys, eu sei que você sempre me deu o seu melhor carinho e a sua melhor atenção!)… Foi pois tinha que ser… Aproveitei e aproveito ao máximo, da minha maneira, o melhor que a vida me ofereceu, sem perder um só segundo, sem ter motivos para me arrepender de não ter feito.
Apesar de limitada, de ter alguns momentos doloridos, eu continuo vivendo alegremente… É possível, basta se adaptar… E vamos continuar compartilhando com você nossa nova rotina, as mudanças, quais as minhas maiores dificuldades, novidades de tratamento. Acho que assim, podemos ajudar outros peludinhos que sofrem da mesma coisa e também mostrar para vocês que estou bem.
Na verdade, acho que minha dona sofre mais que eu… Tem aquela coisa de não querer ver o filho sofrer, de se sentir impotente, de se questionar onde pode ter errado… Onde já se viu? Quer ver cachorra mais feliz do que eu? E, mamys, assim que as dores passam, eu esqueço tudo.
Vivi e vou continuar vivendo todas as emoções que a minha rotina aventureira me trouxer, enquanto eu puder fazer com qualidade… É claro que terei que amenizar a minha impulsividade, evitar um pouco as explosões, aprender a hora de parar… Mas não vou deixar de viver e conto com uma dona que me cerca de carinho, que está sempre atenta aos meus sinais, que está aprendendo a ser firme para me dizer “já chega” quando é preciso, que se dispõe a todos os cuidados que necessito… E assim seguiremos, juntas, “articuladas”, como sempre… O tempo pode até me limitar, mas não há “articulação” no mundo que tire a minha alegria de viver.”
Leia tudo e conheça mais sobre Cleo neste link
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Estava vendo uma reportagem de tratamento com células tronco, para cães que tiveram cinomose e não conseguiam mais andar, e lá disse que é também usado para tratar artrose. Talvez essa terapia possa ajudar a Cléo.